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  • Foto do escritorSUPPLY INSIGHTS

COMO O ESTUDO SOBRE A JORNADA DO SHOPPER CONTRIBUIRÁ MUITO COM SUPPLY CHAIN?

Atualizado: 8 de abr. de 2019

PAULO JOSÉ FÉLIX DE FREITAS, MSC ENG, FELLOW CPIM, CSCP, DDPP

Mestre em Engenharia de Produção e Instrutor APICS e DDI, com mais de 30 anos de experiência gerenciando projetos de Supply Chain de ponta-a-ponta em industrias de manufatura no nível regional e global, em posições executivas e de consultoria. Fundador da EPCS - Educação Profissional da Cadeia de Suprimentos, empresa dedicada à educação de profissionais na área de SCM.


"O varejo tem um grande potencial para aumentar sua produtividade."

Célebre especialista por sua atuação em capacitação em Supply Chain (SCM), Paulo de Freitas, mestre em engenharia de produção com larga experiência, ratifica que o aumento da produtividade do varejo depende substancialmente da capacitação e certificação profissional, agregando um novo mindset que incorporam novas visões e estratégias de sincronização da cadeia de valor. Os profissionais como agentes de mudanças precisam conhecer novas realidades e melhores práticas para que possam autoavaliar seus conhecimentos e habilidades, o que elas entregam de performance em suas operações.


Enquanto vivenciamos mercados emergentes como China e Índia com grande crescimento da oferta de profissionais certificados em S&OP e SCM, ainda vemos o nosso mercado nacional não valorizando a certificações profissionais como APICS e DDI, que garante sempre alta empregabilidade e mudança de mindset com adoção de novos conceitos e critérios para uma nova gestão e S&OP e SCM, Paulo de Freitas é um dos responsáveis pelo programa de certificação da APICs no Brasil (http://www.apics.org/).


Convidado para participar do SUPPLY INSIGHTS, o professor Paulo de Freitas participará de um painel bem esperado: COMO CONSTRUIR MINDSET ARROJADO E VOLTADO PARA CAPACIDADE ANALÍTICA E GERADORA DE RESULTADOS? Como alinhar as visões entre os gestores de processos e de mercado, além dos geradores de informação. Como esses agentes contribuirão na mudança cultural do varejo e da indústria para incorporação da nova era do consumo?


Com 30 anos de experiência de mercado, grande especialista em S&OP, está preocupado com a qualificação do profissional de SCM no Brasil e de suas competências para atender um mercado e cadeia cada vez mais automatizada, grande visibilidade para gestão por indicadores. Paulo de Freitas recebeu o INV em seu escritório, em São Paulo, para esta entrevista. Ele enfatiza que o perfil dos profissionais e do mercado contribui muito para seu crescimento face à flexibilidade e baixa resistência a mudanças do mercado. “Não sofremos tanto com a baixa produtividade gerada pelo atual processo, pois grande parte dos custos são invisíveis para os atuais gestores”, enfatiza. “Os atuais profissionais tem grande chance de conquistar posições mais relevantes nas operações, mas depende da autoavaliação de seu potencial para o autodesenvolvimento e desenvolvimento de seus times.”


1) A área de SCM cresceu muito com desenvolvimento de tecnologias de gerenciamento e integração de processos, rastreabilidade de produtos e certificação de origem. Na sua opinião, o mercado nacional e seus profissionais de SCM estão preparados para aumentar sua capacidade analítica diante de uma volumetria gigantesca de dados?


Resposta – Nem o mercado nacional, nem o mundial irão acompanhar o ritmo de crescimento de dados, o qual vem dobrando de tamanho a cada 2 anos somado ao fato que atualmente somente 0,5 % dos dados são analisados. Recomendo simplicidade na abordagem do uso de grandes volumes de dados como os da internet e priorizar o tempo para primeiro dominar os dados de um CRM com o objetivo de entender e atender o comportamento atual do mercado cujo comportamento não se encaixa mais nos segmentos tradicionais.


2) Vivemos um apagão de profissionais certificados e capacitados para enfrentar o grande desafio de operações mais complexas para atender o varejo nos mais diversos formatos de loja em diferentes canais. Com abordagem cada vez mais tecnológica dos processos entre a indústria e varejo, quais os desafios para melhorar as competências das lideranças de SCM hoje no Brasil?


Resposta - O gerenciamento da cadeia de suprimentos está em constante evolução, o que resulta em uma lacuna contínua entre o que o mercado exige e as pessoas com as habilidades necessárias para atender a esses requisitos. Um estudo bem recente analisou mais de 80 programas de gerenciamento da cadeia de suprimentos das Top 25 escolas americanas (ranking da Gartner). As palavras-chave do currículo foram comparadas a anúncios de emprego para cargos de gerenciamento de cadeia de suprimentos de nível de entrada para determinar se as escolas estão ensinando o que a indústria quer. As lacunas são enormes e só para dar um pequeno exemplo o mercado exige profissionais com experiência em gestão de risco e sustentabilidade, o que geralmente não consta do currículo da maioria das entidades de ensino com foco em SCM. No Brasil, o assunto de SCM não é trabalhado com a devida profundidade nos cursos de graduação de engenharia de produção e nem de administração e tem tudo para permanecer assim desatualizado por anos.


3) Hoje com a forte clusterização de shoppers e hiper sortimento num hipermercado, as dificuldades de melhorar a acuracidade da demanda aumentaram muito. Com a tecnologia em sistema de gestão, os cálculos da previsão de demanda deveriam ter sidos facilitados. Como alinhar as visões entre os gestores de processos e de mercado, além dos geradores de informação?


Resposta - Pouco adianta ter acesso à melhor tecnologia em sistemas de gestão da demanda, onde os cálculos da previsão de demanda baseados no passado não são mais garantia de futuro, e muito menos em um mundo VUCA. O menor erro de previsão é sempre aquele que combina técnicas estatísticas com julgamento realizado por pessoas. SEMPRE! No entanto, poucos são os analistas de demanda com formação adequada para o cargo. Assim, temos hoje nessa posição muitos jovens competentes em MsExcel, mas sem conceitos de como tratar a parte quantitativa e a qualitativa de uma previsão de produto.


5) A complexidade das operações de distribuição e abastecimento de loja aumentou muito nos últimos anos devido à enormidade de indicadores que são monitorados e avaliados em todo o processo. Porque o mercado não se preocupa definitivamente nos KPIs críticos por etapa do processo que realmente impactam a falta de sincronia da cadeia?


Resposta - A resposta está no fato das empresas na vasta maioria perseguirem KPIs criados para um mundo onde o CUSTO reina soberano, mas na verdade para o mundo de negócios atuais o que importa mesmo são KPIs voltados para o FLUXO da cadeia de suprimentos.


6) Você acredita que a ineficiência da operação logística no Brasil, principalmente aquela que gera grande volume de perdas de vendas, como ruptura, que vive numa média (“burra”) nacional de 11% se deve ao acesso aos dados de baixa qualidade, à baixa capacidade analítica, a uma postura gerencial sempre reativa e/ou baixa integração entre as áreas executivas?


Resposta - A tudo isso e muito mais, mas para mim a principal causa seria a falta de formação adequada dos analistas e gestores que trabalham na área. Países como USA, África do Sul, Canadá e muitos outros você não vai longe na carreira na área de SCM sem uma boa certificação. No nosso país estimo que apenas 2% possuem algum nível de certificação adequado ao cargo. E não é por falta de certificações internacionais que hoje estão até muito especializadas e acessíveis como na área de gestão da demanda, gestão de projeto, gestão de mudança, logística, cadeia completa de suprimentos, entre outros.



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